Figurinos e figurinistas de Portugal. Conceitos para novas materialidades
Résumé
Neste manuscrito quis apresentar alguns filmes portugueses de um ponto de vista pouco usual: o do vestuário e da direção de arte. A inclusão destas duas temáticas dentro dos Estudos fílmicos é extremamente urgente como também a aplicação ao cinema português. Os sete capítulos reúnem textos já publicados e alguns inéditos, interpelando sempre abordagens diferentes que são propostas de inclusão do vestuário e da direção de arte no discurso sobre os filmes. Na prática do ofício, figurinistas e diretores de arte partem de uma visão geral do filme para logo aplicar significações diferentes a cada peça escolhida no intento de representar o interior através do exterior. Assim, pelas mesmas razões, o fio do discurso destes capítulos não seguiu uma linha cronológica. A primeira análise aborda a critica genética como uma aliada decisiva para desvendar algumas das peculiaridades na criação visual do filme “Mistérios de Lisboa” com direção de arte de Isabel Branco, enquanto o segundo capítulo aprofunda as relações entre os objetos da mise-en-scène e a realidade como conúbio entre o trabalho de João Rui Guerra da Mata e Patrícia Dória no filme “Morrer como um homem.” Já na terceira analise a ser escolhido é um filme pouco conhecido do cinema português com o intuito de dar a conhecer os primeiros passos no mundo do cinema de um dos figurinistas mais impactantes da sua história. Jasmim de Matos e os seus personagens barocos e revolucionários em “Os demónios de Alcacer-Kibir” são a linha de corte para um novo início nos dois departamentos artísticos: muitas mudanças aparecem a partir de aí! O quarto e o quinto capítulo observam duas perspetivas diferentes sobre o trabalho artístico em “Os verdes nos” com figurinos de Alda Rosa e “As pupilas do Senhor Reitor” com direção de arte de Helena Roque Gameiro, a partir de documentos de arquivo e reflexões sobre a importância da construção visual de personagens e ambientações: duas politicas de autor, a de Paulo Rocha por um lado e a de José Leitão de Barros por outro, que obedecem a discursos estéticos bem definidos. Enquanto ao fecho deste manuscrito, decidi juntar duas peças fundamentais na história do cinema português que não só merecem uma análise critica das texturas presentes ao longo da narrativa, como também evidenciam a importância, durante demasiado tempo esquecida, da construção visual total do enquadramento. Em “Acto da primavera” e “No quarto da Vanda” tive em consideração o corpo revestido e os gestos de atores e atrizes encontrando no vestuário o seu prolongamento natural.
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